ANGRA – Via Funchal/SP – 18/12/2001.
Texto: Júlio César Bocáter.
Muita expectativa em torno do primeiro show do Angra com a nova formação. Como se daria os novos integrantes no palco? Como seria a recepção do público para com Edu Falaschi? Como seria a execução da músicas da era André Matos? Qual seria o set list? Que músicas novas e antigas seriam tocadas? Eles tocariam algum cover? De quem? Eles tocariam Carry On? Como soariam as músicas novas ao vivo? Enquanto estas dúvidas pairavam sobre a cabeça de todos os quase seis mil presentes (público comparado aos shows do Burce Dickinson e Stratovarius), o Karma abria com seu Prog Metal já conhecido daqueles que elegeram-no como melhor revelação nacional de 2001. Abrindo com a enigmática e já clássica In The Name Of God e obteve uma das maiores recepções que uma banda de abertura já teve, mostrando que a banda realmente está ganhando popularidade. Teve destaque também The Speech e o incrível era que você podia ouvir centenas de pessoas cantando as músicas da banda. Para encerrar, um inusitado cover de Cowboys From Hell do Pantera. Esta abertura, embora curta, foi muito superior a do show do Shaman. Não só a banda está mais entrosada (a entrada do novo baixista nem fez lembrar-nos do Felipe), como conquistou maior público e a apresentação foi mais direta, sem música instrumental. Lembro de ter falado isso com o próprio Thiago pessoalmente na entrevista feita dias após o show do Shaman, comentando que deveria ter um impacto maior ao vivo se a apresentação fosse mais direta, guardando a técnica e virtuose para quem fosse comprar o CD e fosse ouvir com calma em casa. Depois de um enorme atraso e uma introdução épica, a banda entra para sanar as dúvidas dos presentes. E todas foram sanadas positivamente! Depois da vinheta In Excelsis, vem Nova Era e já se mostra o novo clássico do quinteto, perfeita para abrir os shows do grupo! De cara, logo nos primeiros riffs, abriu-se uma roda de pogo que parecia ser de um show de Punk ou de Thrash (inimaginável para um show do Angra!), seguida de Acid Rain já era conhecida, o hit de Rebirth. E já dava para se notar alguns aspectos: primeiro, é chover no molhado falar de Kiko e Rafael, a melhor dupla do Brasil e, quiçá, uma das melhores do mundo! Felipe se movimenta muito mais que Luis. Ricardo é um animal na batera e Edu superou todas as expectativas. Carismático, comunicativo e principalmente soberbo ao vivo. De cara ganhou a galera, tanto que quando falou pela primeira vez, anunciando a primeira da fase Matos, Angels Cry, a audiência interrompeu gritando “Edu, Edu”. Aliás, 90% do público era masculino, fato inconcebível para o Angra anos atrás. Heroes Of Sand era a balada para acalmar os ânimos, já que até pancadaria estava rolando! Metal Icarus, criticada por muitos, obteve uma boa resposta com a tradicional disputa ente o lado esquerdo e direito do público, para mais uma nova, Millennium Sun, que começa na manha e depois descamba em um Power Metal vigoroso e Melódico. Dava para se notar que a partir de Rebirth a banda vai ser cada vez mais Heavy Metal e menos Melódico, mais Power e menos Speed. E calou a boca daqueles que falavam que a banda iria virar um Rhapsody, pois o Metal do grupo é direto e não pomposo como dos italianos. Make Believe se mostrou melhor escolha que Lisbon, enquanto Unholy Wars relembrou a tour de Holy Land, com suas incursões de World Music. Mais uma surpresa; o show pára para a entrega do inesperado disco de ouro. A épica faixa-título, longa e lenta, desanimou alguns para levantar cadáver na nova Running Alone. Que petardo e que me desculpem se for heresia o que vou falar, mas ao vivo, Edu canta mais e se aproxima mas da performance de estúdio que André Matos. Matos, sem dúvida, é uma das maiores gargantas do Metal mundial, mas ao vivo todos sabem que sua performance nunca igual a de estúdio. Isso mostra como Edu está cantando infinitamente melhor que quando do Mitrium e Symbols. Só permaneceu sua risadinha canastrona após anunciar alguma música. No bis, atacam de Nothing To Say, paulada na cabeça, que mostra um Edu seguro e preciso nas músicas antigas. Lógico que fica diferente da original, afinal até Ozzy cantaria diferente uma música da fase Tony Martin do Sabbath, mas já constatava que poucas vezes no mundo do Rock um cara substituía bem um vocalista original e bom, como Matos. E o Angra foi uma das poucas que se deu bem (até hoje o Sepultura capenga com essa troca, bem como capengou Helloween, Maiden entre outros). Em seguida, Carry On, ou você acha que eles sairiam vivos do Via Funchal se não a tocasse? E qual foi o cover? Trocaram Painkiller do Judas por The Number Of The Beast que por mais batida que seja, mostrou como o estilo de Edu é diferente de Matos, pois nunca vi uma versão do Maiden ser tão bem executado no vocal. Edu é mais direto, agressivo e seu timbre é médio, diferente de Matos, que tem um timbre bem mais alto. Aliás, junto com Matos, Edu foi um dos finalistas daquele concurso para substituir Bruce Dickinson. E que banda no mundo teve esse privilégio de ter tido seus dois únicos vocalistas finalistas decheia, entra em cena os finlandeses. E o que será que tem nos países nórdicos? A qualidade das bandas ste concurso? JCB – Foto: Iara Raposo
CHILDREN OF BODOM –
Direct Tv Music Hall/SP – 25/11/2001.
Texto e foto: Júlio César Bocáter.
A banda paulista Monster abre com um set curto, coeso, pesado e com o som muito embolado. O som é um Heavy Thrash agressivo. A resposta do público até foi boa, mas a altura do som beirava o insuportável. O ápice foi o final, com a manjada cover do Megadeth, Symphony Of Destruction. Logo após, com uma grande expectativa, e com a casa quase suecas, norueguesas e finlandeses é um absurdo! Logo de cara entram com Hate Me!, talvez a melhor música da banda e uma das melhores do Heavy Metal contemporâneo. Logo de cara, a banda já mostrava que iria arrebentar: ótima iluminação (com spots laterais, comuns na Europa, mas não no Brasil), excelente som (ouvia-se tudo nitidamente), uma grande performance dos músicos, não só tecnicamente (não dá para saber qual dos cinco é melhor) mas na movimentação de palco, era uma correria tremenda no palco todo entre os guitarristas e o baixista. E o carisma... a banda toda é carismática! O batera Jaska Raatikainen é preciso e tem uma pegada firme. Henkka Blacksmith é um baixista discreto mas toda hora mexia com a platéia, mas super rápido. O Janne Warman é técnico e seu teclado é instrumento principal sim, mas sempre dando cama para toda a parafernália. O gordão Alexander Kuopala tem uma grande movimentação e faz riffs e bases certeiras e matadoras. E o guitarrista e vocalista Alexi Laiho... além de ter uma garganta poderosa para cantar rasgado ao melhor estilo Black Metal e segurar o show todo, faz solos maravilhosos e não para um só segundo. Além do carisma e comunicação com o público, sabendo mexer a platéia e comanda-la a seu bel prazer. Mais faixas do terceiro e último disco Follow The Reaper, responsável por quase metade do set, como Bodom After Midnight, Everytime I Die, Mask Of Sanity e por aí foi, sendo as mais bem recebidas pela audiência. Também rolaram músicas dos anteriores, Hatebreeder também bem representado com Silent Night, Bodom Night, Lake Bodom, Deadnight Warrior, Towards Dead End, Warheart e Die e o debut Something Wild. E uma das poucas vezes tivemos solos não-chatos. O de batera foi primado pela musicalidade que de técnica. E o de Alexi Laiho foi acompanhado com o de Warman, os dois duelando e um perguntando e o outro respondendo igual, duelo imortalizado por Jon Lord e Blackmore. E a simpatia era tanta que fôra arremessada uma faixa e Alexi a pôs no pedestal do microfone e depois uma bandeira da Finlândia, que Alexander colocou em sua guitarra. Quase no fim, uma pane no amplificador de Laiho, em que a banda mostrou mais uma vez profissionalismo, maturidade e respeito aos fãs, pois enquanto solucionava-se o problema, o resto da banda fazia uma jam para entreter os presentes. E em todas as vezes que Laiho conversava com o público, Warman fazia seu teclado soar macabro fazendo fundo. E o surpreendente é que se a banda já detonava em estúdio, ao vivo o efeito é tão bombástico que tornava um ataque sonoro impressionante. Fora a descontração da equipe, com os roadies filmando cada momento, inclusive o público. Para encerrar a turnê sul-americana, depois de passar pelo México, Colômbia e Curitiba, a banda anuncia uma surpresa: Twisted Sister. Música? We’re Not Gonna Take It! Para êxtase coletivo. Ao final, de fundo, I Wanna Rock, do mesmo Twisted. Para mostrar que radicalismo não leva a lugar algum, e para os presentes voltarem para casa querendo Rock.
YNGWIE MALMSTEEN – Via Funchal/SP – 05/10/2001.
Texto: Júlio César Bocáter.
Após os incidentes em Porto Alegre e manifestações preconceituosas de Malmsteen e Derek Sherinian, era de se esperar os músicos com o rabo entre as pernas. E foi o que houve. Até comentei com um amigo no show que era capaz de algum músico vestir a camisa da seleção e foi o que houve, no caso do tecladista. Dava dó olhar o cara todo sem graça tocando, ainda mais quando fez um “meã culpa” tocando o hino brasileiro. Em protesto á esses atos lamentáveis, ficamos devendo a resenha do show. Que aliás, foi um espetáculo até certo ponto, com um som perfeito, iluminação idem. Malmsteen é um show man e nem precisa falar o quanto toca. Mas daí o cara fazer uns dez solos apenas ele, que somando o tempo todo dá quase uma hora só de vídeo-aula... Fez um dos eventos mais chatos do ano, e nem parecia show de Rock, já que todos apenas assistiam, sem agitar. Nossa solidariedade com os promotores deste show, que sofreram nas mãos dele. E é direito do consumidor: paga caro seu ingresso de reagir da forma que quiser, cantar, vaiar, beber, namorar ir ao banheiro, etc. só não tem o direito de agredir ninguém, fora isso, quem pagou o ingresso no Sul, pagou para ver o show e não para. (fotos: Malmsteen, Doogie White e Derek Sherinian)
SEPULTURA – Credicard Hall/SP – 29/09/2001.
Texto e fotos: Júlio César Bocáter.
Depois da avassaladora apresentação no Rock In Rio, consagrando a banda de vez no Brasil e América Latina ao menos, e mostrando um Derrick Green totalmente entrosado e solto, a banda se apresenta em São Paulo na “Nation Tour”. Uma pena que a banda tenha saído da Roadrruner, selo que catapultou a banda para o mundo todo (inclusive sua ex-empresária e esposa de Max, Gloria Cavalera). E uma pena que não tenha se investido neste álbum controverso e polêmico, mas ousado e moderno que é Nation. Pode até ser que você não o ache o melhor da banda, que prefira o Beneath The Remains e o estilo do Nation não seja o seu preferido (o que é meu caso), mas a banda mudou de vocal, amadureceu e um músico tem necessidade de se ampliar e não de se limitar. Bem, quem abriu foi a banda do ABC Necromancia (que abriria para o Nevermore em outubro) e eles fizeram um bom set, divulgando seu novo CD produzido por Andreas Kisser, além de músicas antigas. E a banda tem a ver com o público do Sepultura, já que sempre executou Thrash Metal, é oriunda do ABC, que foi quase a Bay Área brasileira do começo da década, com eles mais MX e outras bandas e hoje faz um Metal mais moderno, tipo Machine Head e Nevermore, mas sem aquele groove. Pena os caras já terem uma certa idade e serem apenas um trio, o que no caso deste estilo limita, principalmente a performance ao vivo. Depois vem o Sepultura no Credcard lotado. Com uma iluminação digna e um som idem, a banda pôde mostrar sua competência. E algumas pessoas podem torcer o nariz para a nova fase, o novo disco e o novo vocalista, mas ao vivo a coisa funciona, principalmente nas músicas antigas (para estes que não gostam do novo som). Abrindo com Troops Of Doom e na sequência, Slave New World, o hino Sepulnation que fez a casa lotada cantar em coro, Revolt e Propaganda, que foi "dedicada" ao jornalista da Veja (N.R.: Para quem não se recorda, a revista publicou uma matéria muito mal feita sobre a banda, este ano). Derrick não parou um só minuto e Kisser, com sua simpatia habitual, conversava com o público todo o tempo, e lógico não esquecendo de homenagear o presidente do fã clube oficial Toninho, e o que dizer de Igor Cavalera? Um monstro (no bom sentido) atrás daquela bateria... Who Must Die, Choke e Spit vieram em seguida, com Attitude, Border Wars, Biotech, One Man Army, Saga, e Necromancer, dando espaço para dois medleys, Innerself e Beneath the Remains, Arise e Dead Embrionic Cells. Pausa para o bis, que foi matador, com os clássicos Refuse/ Resist, Territory, uma música instrumental com atabaques, Human Cause, encerrando o show de pouco mais de uma hora, com a "porrada" Roots Blood Roots, empolgou todo mundo. Bela noite, boa iluminação, bom som, o que mais poderia ser perfeito? Só o Sepultura mesmo! Georgia Nicolaou
JUDAS PRIEST – Credcard Hall – 06/09/2001.
Texto e fotos: Júlio César Bocáter.
Uma noite história no mínimo. O Judas Priest, após dez anos, toca pela segunda vez no Brasil e pela primeira em São Paulo. Em 91, fizeram um show histórico no Rock In Rio II, e este aqui tinha tudo para ser, e foi. O Andralls abriu com seu Thrash “sepulturizado” sem novidades, mas com muito peso. Curiosidade para o vocalista que cantava e ficava se olhando no telão. Com quase uma hora de atraso, a lenda britânica entra em cena. Como pano de fundo, a capa do novo CD Demolition, e com ótimo som e iluminação à altura, a banda detonou! Faltou apenas maior movimentação de palco por parte da banda, mas além da idade avançada dos componentes, o show foi intenso que em nada tirou o brilho do espetáculo. Aliás, só de ver a coreografia sincronizada na movimentação dos cordistas já valia, pois estes três senhores foram os inventores de “bater cabeça”, o famoso banguing. Scott Travis arrasou na bateria e Tim “Ripper” Owens... como canta esse cara! Talvez até mais que Rob Halford, mas com certeza mais versátil! Também não tem muita movimentação, mas a cara de louco que ele fazia e sua roupa altamente me talizada fazia jus a tudo. Clássicos? Heading Out To The Highway emocionou, A Touch Of Evil idem, Victim Of Changes nem se fala. A primeira de Demolition é One On One, a melhor e digna de clássico da banda. Em seguida, Ripper fala... “I Got A Question… What’s My name?” Para em uníssono o público entoar várias vezes... “Ripper!” E a música que deu o apelido à Tim Owens começa arregaçando. A balada e cover Diamonds And Rust segue precedida de mais uma nova, a ótima e pesada Machine Man. Jawbreaker surpreende, Beyond The Realms Of Death é imortal, as modernas Blood Stained e Burn In Hel do industrial Jugulator e entre elas, Breaking The Law. Depois, outro clássico: a mortífera You’ve Got Another Thing Comes e Painkiller para extâse coletivo, com “Ripper” entrando com a moto e tudo. Nem precisa dizer que era a mais pedida entre o público presente... para encerrar o set. A banda retorna para o encore as clássicas Hellion/Electric Eye, a manjada e gostosa Living After Midnight, mais setentista impossível e para acabar de vez esta clássica noite, Hell Bent For Leather. Uma noite inesquecível, um banho do que é Heavy Metal. E que venham mais discos como este e mais shows ainda!Júlio César Bocáter
THERION – DirecTV Music Hall – 26/10/2001.
Texto e foto: Júlio César Bocáter.
A passagem da turnê "Secrets Of The Runes" do Therion, no mínimo foi de despertar curiosidade, já que até o mais otimista não arriscaria dizer que os suecos poderiam um dia aportar por aqui, quanto mais praticamente iniciar a turnê mundial por estes lados da América. Mas para nossa felicidade isto foi verdade, e reservaram para eles um excelente local (DirecTV) para sua primeira apresentação em São Paulo. Um público até certo ponto mediano e composto por diversas tribos (Heavys, Deaths, Goóticos) estavam presentes. Aos primeiros acordes da intro, os ânimos se agita e o Therion surge iniciando com Ginnungagap e Invocation Of Naamah, para somente aí Christofer dizer boa noite, e emendar com Riders Of Theli com o público agitando sem parar. Devido a impossibilidade deles terem uma orquesta em palco para fazer suas partes correspondentes, eles utilizaram-nas pré-gravadas. Mas isso não interferiu no resultado final pelo contrário, apenas a presença dos três vocalistas "operísticos" foi suficiente para a manter platéia em alta. Ao longo do show, clássicos de toda a carreira foram mostrados como, Enter Vril-Ya, Seawinds, Flesh Of The Gods, Wings Of The Hydra, Beauty In Black e até mesmo um medley com músicas do início de carreira, o que não pode dar margens para reclamações. Após o solo de bateria, onde iniciou-se a segunda parte do show, tivemos os melhores momentos como Asgard, Secret Of The Runes, O Fortuna/Seven Secrets Of The Sphinx, finalizando o show com Wine Of Aluqah e Raven Of Dispersion. Antes de retornarem para o bis final, Christofer e banda agradeceram a todos e ficou vísivel a surpresa deles com o entusiasmo e receptividade do público. Para o final ainda retornaram duas vezes com dois de seus maiores clássicos To Mega Therion e Cults Of The Shadow.
SAVATAGE – Via Funchal/SP – 18/08/2001.
Texto: Flávio Amarante Filho. Foto: Júlio César Bocáter.
O Savatage estremeceu o Via Funchal com seu Heavy Metal recheado de Influências clássicas e Progressivas. O show foi um misto de energia, simpatia, peso e técnica apurada, que só os mais de dezoito anos de estrada podem ensinar. Jon Oliva e cia fizeram a galera viajar e vibrar com os momentos mais pesados, além de emocionar nas baladas, que só poderia ser melhor se o irmão falecido de Jon e ex-guitarrista do grupo estivesse vivo e presente no palco. Muitos sentiram saudades de Zac Stevens mas o novo vocalista, com a ajuda de Oilva, deu conta do recado. Aliás, Jon estava com a garganta ruim e por isso até muitas da músicas antigas foram cantadas por Damond. Chris Caffery dividiu o público quando repetiu o ato de 98, entrando com a camisa do Corinthians. Mas só, pois quando tocava, o público era unâmine. A abertura foi com a iluminação em azul, capa do novo disco, com a já épica Comissar, seguindo outras do Poets, que funcionam muito bem ao vivo, pois são pesadas e diretas, ainda que melódicas, complexas e dramáticas. E os clássicos Edge Of Thorns, Sirens, Wake Of Magelan, Dead Winter Dead e Gutter Ballet. Quer mais?Power Of The Night e para encerrar, Hall Of The Mountain King! De arrepiar! Destaque também para a banda de abertura, o Hangar, banda de Aquiles do Angra. Um dos melhores shows de Heavy Metal nacional.
MISFITS – Direct Tv Music Hall – 28/07/2001.
Texto e foto: Júlio César Bocáter.
Na verdade não foi bem um show do Misfits mas um tributo à algumas das bandas seminais do Punk Rock, como Ramones, Black Flag e o próprio Misfits. Jerry Only foi o vocalista, e não tem cacoete para isso mas mandou bem; o guitar do Black Flag totalmente clichê, tipo CJ Ramone e Robô, o batera do Flag (e já foi do Misfits) levou na boa, sendo substituído pelo lendário Marky Ramone, começando as músicas do Ramones. E podem falar que é uma turnê caça-níquel, maso que vimos foi o que pode se aproximar melhor do que seria se o Ramones ainda existisse. Não faltaram homenagens à Joey Ramone e etc. O som estava razoável, a iluminação tosca e realmente não dava para falar que era um show dos Misfits mas tudo bem. O que valeu foi o espírito, a celebração, fazendo-nos sentir como se tivessem trazido um pedacinho do CBGB’s para o Brasil! Músicas? Last Caress, Attitude, Halloween, 138, Dye Dye My Darling, Skulls, American Psycho, etc. Do Ramones? Pet Cemetary, KKK My Take Way, I Don’t Care, Shenna Is A Punk Rocker e outras. E mais algumas do Black Flag. Enfim, quem viu, viu, que não viu, espere mais dois anos até o Misfits voltar. Uma pena não ter tido banda de abertura, pois o Zumbis Do Espaço ou o Paincult iriam bem a calhar.