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SHAMAN – Via Funchal/SP – 14/09/2002.
Texto e foto: Júlio César Bocáter.
Com muita expectativa, a comunidade Heavy esperava por este show em São Paulo. Todos sabem da competência do Shaman, assim como dos seus integrantes e seus currículos. Mas o que a turma de André Matos iria aprontar desta vez? O Glory Opera abriu a noite e foi uma das maiores recepções que uma banda de abertura teve nos últimos tempos. Afinal, além de serem da longínqua Manaus, a banda é excelente! Suas músicas próprias são ótimas e a banda conquistou a audiência com covers inesperados como March Of Time do Helloween e Of Sins And Shadows do Symphony-X! Esta levou ao delírio os mais de quatro mil presentes, foi um êxtase! Ou seja, apesar do set curto, o Glory Opera detonou! Após alguns minutos, entra o Shaman em cena. O som estava impecável, a iluminação soberba e os músicos, dispensam comentários. A introdução própria da banda, que é uma faixa de fato, Ancient Winds, arrepiou a todos, seguida de Here I Am, mostrando todo o peso e uma verdadeira explosão de fogos. Na seqüência, Distant Thunder, que tem o mesmo efeito de Hellion/The Electric Eye do Judas Priest, influência cada vez mais latente na banda. Time Will Come já é clássica, assim como For Tomorrow. Mas os pagantes queriam ouvir Angra, então tome Lisbon e a Speed Wings Of Reality. Em meio a isso, aparece Hugo fazendo um solo perfeito, passando a bola para Ricardo Confessori. Solos em shows são muitas vezes chatos, mas os de Ricardo são imperdíveis. Em meio a seu solo, a base de sua bateria começa a subir até chegar 6 metros de altura, com a cara do xaman da capa do CD! E enquanto ele solava (quase encostando a cabeça nos canhões de luz em cima), começam mais efeitos pirotécnicos em volta de seu kit! Fantástico! Retomando ao Shaman, Blind Spell e Over Your Head, bem recebidas também. Era hora do solo de piano de Andre, que por sinal, como está cantando! Começa o tema do Boris da novela O Beijo Do Vampiro, Fairy Tale, invocando os isqueiros acesos. Mais Angra? A matadora Nothing To Say, seguida da mais Helloween do Shaman, Pride. A banda sai e retorna com Ritual, talvez a melhor do show! Demolidora! Depois veio a cover Burn do Deep Purple, que ficou boa e inusitada. Andre dedica a muitos amigos presentes a lendária Living For The Night do Viper, servindo de nostalgia 80’s com a vinda de Ace Of Spades do Motörhead, com o vocal de Luis. A banda saia de novo e retornava com Carry On, em que Andre sempre fala que se não tocar, ele é linchado! A última mesmo, Painkiller do Judas, encerrando o set, com mais uma explosão fenomenal de fogos. Parabéns Andre, Hugo, Luis e Ricardo por um dos maiores vistos nos últimos tempos.

BLIND GUARDIAN – Uma Noite para a Ópera! Via Funchal – 10/08/2002.
Texto: Rodrigo Sanches. Foto: Júlio César Bocáter.
O Blind Guardian cresceu muito no Brasil de 98 para cá, por dois motivos: seu show por aqui e seus disco na época, Nightfall In Middle-Earth,onde contou a história que fez a banda ainda mais conhecida no mundo tudo, O Senhor Dos Anéis, e sobretudo depois do filme que conta a mesmíssima história. Podia-se ver nas salas de cinema vários roqueiros e pessoas com camisetas da banda. Após quatro anos, no mesmo mês, a banda retorna e em vez das quatro mil pessoas do Olímpia de 98, eram quase sete mil pessoas no Via Funchal, recordista ao lado do Helloween. Definitivamente, a banda entrou para o primeiro time do Heavy Metal em nosso país (e pode ter certeza que não é só aqui), ainda mais com o recente e excelente A Night At The Opera. Quem se incumbiu de abrir a noite foi o goiano Heaven’s Guardian que fez uma abertura bem mais digna que o Portrait em 98. A banda impressionou, esbanjou profissionalismo e entreteu bem a audiência. Seu CD de estréia Strava foi bem recebido e foi a base para seu set. A banda emendou com Breaking The Law do Judas Priest e incendiou o Via. Não muito mais tarde, entra o Blind Guardian, ovacionado em uníssono com a intro War Of Wrath do Nightfall...  seguida da pedrada Into The Storm do novo disco. Ali se percebia a falta do baterista original Thomas Stauch, que por problemas de tendinite não pôde tocar. Quem o substituiu foi o também alemão Alex Holzwarth do Rhapsody e pegou tudo em poucos dias! Houve alguns erros, mas também pudera! O cara fez mágica, mostrando que é um dos maiores do mundo e merece o posto no Rhapsody! Todas as músicas foram bem recebidas mas alguns clássicos foram o delírio do público. Imaginations From The Other Side, Welcome To Dying, Lord Of The Rings e as do recente disco, The Soulforged e Punishment Divine, mostrando que A Night At The Opera não só está vendendo bem como está sendo muito bem recebido. A banda é perfeita ao vivo: Hansi Kürsh é carismático e tem uma voz muito potente. Os guitars André Olbrich e Marcus Siepen são entrosados, técnicos e agitam bastante. E o baixista contratado, que vai acabar entrando para a banda de fato, Oliver Holzwarth, irmão do batera substituto (Nota do E: lembrando que os dois tem uma banda de Progressivo chamada Locking Glass-Self, que teve como convidado já o André Matos). O cara é excelente e competente e vibra muito ao vivo. Voltando à vaca fria, a banda ataca de Nightfall e uma versão especial e acústica de The Bard’s Song, linda!
Era aniversário de Hansi e a produção da Rock Brigade e da Laser Company entregou até um bolo com velinhas para ele assoprar. E ele se emocionou, quase chorando várias vezes durante o show com a reação do público. Desta vez, Bright Eyes, o clássico mor da banda, que não costuma ser tocada ao vivo, por ser muito complexa, foi aberta uma exceção ao Brasil, por ser a música mais conhecida por aqui. Não por coincidência, foi o primeiro clipe a passar por aqui, assim como o que mais passou da banda. Depois falam que vídeo clipe não divulga as bandas, os discos, as músicas... O fim apoteótico vem com outra das mais pedidas, a rápida, alegre e tipicamente alemã Mirror Mirror do Nightfall... Outra faixa com clipe e mostra como o mesmo é vital para uma banda. Pena que a MTV saiba disso e insista passar na sua programação bandas fúteis e que tocam para menos de mil pessoas. Ainda bem que o Heavy Metal não depende disso, mas se passasse mais, seria melhor ainda!

NIGHTWISH – Credicard Hall/SP – 20/07/2002.
Texto e
foto: Júlio César Bocáter.
Com a casa lotada, o bom Shadowside abre a noite com um Metal Melódico trampado e com vocais femininos. Quando Chegamos, o seu set já estava no fim e não pudemos conferir a banda com maior precisão.
Pouco depois surge a maior banda da Finlândia, o esperado retorno do Nightwish. O público, formado em sua maioria pelas adolescentes que veneram a deusa Tarja Turunen, entrou em êxtase com a entrada da mesma no palco, com o mesmo ocorrendo com o tecladista, compositor e mentor da banda, Thuomas. Abrem com Bless The Child, cadenciada e orquestrada, seguida de End Of All Hope, ambas do recém-lançado Century Child, do qual foi tocado quase na íntegra e sendo o alicerce do set list. Ainda deste disco foram tocadas Dead To The World em que a banda apresenta seu novo integrante Marco Hietala, que também canta e leva bem tanto nos vocais leves como nos agressivos, dando uma nova dimensão à banda. Esta faixa tem um forte apelo comercial, num Power Pop, se é que posso rotular assim. Ainda teve a emocionante e bombástica e talvez melhor das novas Ever Dream, em que Thuomas mostra ser uma verdadeira orquestra ambulante, trazendo-a ao palco através de seu teclado. Destaca-se sua performance alucinada e frenética. Slaying The Dreamer é a mais pesada e Tarja mostra uma nova maneira de agitar no palco, mais Rocker e menos erudita (sua performance vocal nas músicas novas dá condição a isso), como tocando aquela guitarra invisível e desta vez curtindo o lado mais pesado de sua banda. E nesta música, na parte do coro, ela comando a presença fazendo todos movimentarem os braços à frente numa coreografia assustadora tamanho efeito e impacto que origina. Ocean Soul é outro momento mais Heavy e a macabra e climática Feel For You, que relembra o seu clássico álbum Ocean Born, melhor CD da banda. Deste mesmo pouco foi tocado, como Sacrameua atuação melhorou muito (bem como sua técnica) do show de 2000 para cá. E do Wishmaster, álbum que colocou a banda no mapa do Metal mundial, She Is My Skin, Come Cover Me (emocionante!) e a lentinha Sleeping Sun (atmosférica e Ambient). No encore, a mais pedida: a própria Wishmaster, em delírio coletivo, deixando a platéia de forma estonteante e estupefata. E mais um show realizado com temperatura baixa em São Paulo, mas desta vez o frio veio e permaneceu durante duas semanas até sua realização.

ECHO & THE BUNNYMEN – Credicard Hall – 27/05/2002.
Texto: Júlio César Bocáter.
Pela terceira vez no Brasil, a banda mostra sua fiel e antiga legião de fãs, já que a média etária dos presentes era entre vinte e trinta anos (alguns com mais que isso), com poucos adolescentes. Sem banda de abertura (ainda bem – em 99 quem abriu foi a Syang, ex-PUS e ex-Casa dos Artistas), Ian, Will e cia vieram divulgar dois CD´s em uma turnê, Flowers, de estúdio, que abrem com Lips Like Sugar logo de cara, numa atitude corajosa, no seu maior hit e um dos seus clássicos. O show foi composto basicamente de clássicos do Pós-Punk, College Rock, Rock Britânico, Cold Rock ou seja lá o que for. Seguida de King Of Kings, do CD Flowers (outro hit), para a inesperada mas ansiada Bring On The Dance Horses, que fez o Credcard Hall vir abaixo. Inesperada, pois a mesma, infelizmente, não consta no Live In Liverpool.
Para os mais antigos, Rescue e a flamejante e lisérgica Never Stop, em que Ian se solta de vez dançando e aí pudemos perceber que o diferencial do Echo é seu guitarrista e comparsa Will Sargeant. Sem ele, não existe Echo. Sua guitarra rebuscada, psicodélica, quase minimalista e pouco virtuosa é o must! Ele não faz acordes, riffs, ou qualquer outra coisa convencional. São apenas solos e dedilhados, calcados em muito “noise” (sem os exarcebos de um Sonic Youth), com melodia, distorção (a cada poucos segundos, ele mudava o efeito nos pedais – ele ficava literalmente manufaturando e fabricando efeitos, por isso sua pouco movimentação), muitos slicks e várias alavancadas. É aquela guitarra atmosférica que o The Mission deixou a desejar neste ano com seu novo segundo guitarrista. Outra para saudosistas: The Back Of Love. Mesmos esta faixas não tendo sido executadas maciçamente em rádios e TV´s (a exceção da que abriu a noite, mais Bring On The Dance Horses, The Game – limada do set e do CD ao vivo – e de Killing Moon) todas as demais antigas e obscuras eram cantadas em quase uníssono pela presença da segunda-feira. E falando em Killing Moon... A mesma inicia-se, com uma iluminação sombria, sóbria e em azul escuro, como o da capa de Ocean Rain, disco que contém este clássico do século vinte. Nem precisa falar da reação, né? Depois, outras das antigas, The Cutter, mais a alegrinha Seven Seas. Aliás, a coletânea Singles lançada a mais de uma década, foi executada quase na íntegra, pois a maioria desta músicas estão contidas nela. Ainda do Flowers, tivemos sua faixa-título. Ressalta-se ainda a iluminação gélida do show, uma verdadeira penumbra, com cores roxas, verdes e vermelhas principalmente, praticamente inexistindo luz frontal. Ou seja, uma beleza para tirar foto! A banda sai do palco numa demora incompreensível para a volta do encore. Ok, Ian não estava bem – mais um vocalista a ficar resfriado quando vêem á São Paulo – mas que assustou a todos e que muitos foram embora, pois o show começou com meia hora de atraso – isso sim. No bis, Nothing Last Forever, hit responsável pela volta da banda às paradas, com a participação na gravação de Liam Galagher do Oásis, fã e influenciado confesso do Echo.


SAXON – DirecTv/SP – 17/05/2002.
Texto e fotos: Júlio César Bocáter.
Biff é um cara totalmente inconseqüente. Ele não mede conseqüências em nenhum ato seu. Em mais de 50 anos de idade, ele segurou a ponta em quase três horas de show sem sua voz arrear em nenhum momento, fora a comunicação constante com o público e sua inevitáveis caretas. Biff mostra, de forma irreverente, sua língua o tempo todo, inclusive para os membros de banda e para a produção do show. São mais de 20 anos de banda com mais de 20 discos desta forma, enfrentando todos problemas possíveis numa banda, troca-troca de gravadoras, ondas musicais, modas, períodos de altos e baixos e trocas de formação. Este foi o maior problema, com a saída do guitarrista original Graham Oliver após o grande Dogs Of War. Graham tentou de todas as formas (inclusive judiciais) de “pegar” o nome “Saxon” para ele, junto com outros ex-integrantes, mas sem sucesso. Quem abriu a noitada foi o guarulhense Liar Symphony, divulgando seus dois discos, Affair Of Honour e The Symphony Goes On. Fizeram um set de quarenta minutos com duas covers, Mr Crowley (Ozzy) e uma faixa do Manowar presente no tributo ao mesmo.
Passam-se um tempo e a lenda saxônica trajada de jeans e couro entra no palco. A única decepção foi não ter o pano de fundo com o elma da capa de Killing Ground (uma capa feia mas carismática). Depois da intro, Killing Ground, novo clássico do Saxon, seguida de Dallas 1 PM e depois segue Court Of The Crimson King, cover da banda Progressiva King Cromson. Logo depois, Biff anuncia  Dogs Of “fucking” War, para delírio dos presentes. Sem descanso, 747 (Strangers In The Night) para êxtase. Sendo que Biff ficava abençoando os dois guitarristas, como um sacerdote, cardeal ou melhor, um Papa do Metal! Segue a pesadona Metalhead e uma mediana do Unleashed The Beast, The Thin Red Line (poderia ter tocado a faixa-título deste CD que é mais bombástica). Entre uma estripolia e outra, Strong Arm Of The Law e Rock And Roll Gypsy. Aí, Biff apresenta o batera Firtz Randow, alemão e membro mais novo de banda. Tocam a boa Conquistador do Metalhead. No meio da faixa, sem mais nem menos Biff da uma prova de sua irreverência e sai do palco para o germânico fazer seu solo. Quando a banda retorna, tome Heavy Metal Thunder, terminando com a Conquistador novamente (uma espécie de medley). Doug Scarret é um show, duelando com Paul Quinn e não deixando a menor saudade de Graham Oliver, enquanto Nibbs Carter, um puta dum baixista, soltava sua cabeleira e a toda hora era abraçado por Biff e levado à frente do palco pelo Papa do Metal. Quer (mais) clássico? Neste momento, a presença pede Crusader. Biff simplesmente agacha, olha para o relógio e faz sinal de negativo, mostrando que ainda não era a hora! Strong Arm Of Law, Broken Heroes, Power & Glory e 20,000 Feet. Saem do palco e voltam para o encore. A platéia pede de novo Crusader. Paul Quinn, que além de careca está gordão, começa a “riffar” a mesma, e Biff interrompe segurando o braço de sua guitarra. Biff pede que o público escolha outra, e a alternativa é a inesquecível Princess Of The Night. Mas o intempestivo Biff começa com a cerimônia: pega lentamente o set list e faz o que todos esperam e querem: rasga-o! Mais tarde outro bis! Motor Cycle Man para agitar e Biff faz menção ao Monsters Of Rock de Donnigton park e anuncia a lúdica And The Bands Played On. Mais uma vez a banda sai do palco e algumas pessoas começam a “puxar o carro” quando entram de novo pela terceira vez! È a vez do novo hino épico, Rock Is Our Life do Killing Ground com Biff olhando para o relógio e dizendo “duas horas e quinze minutos de show” e começam a imortal Denim & Leather, para serem ovacionados plenamente! Mas o show chega ao fim...  mais de duas horas e meia de puro Heavy Metal. As luzes se acendem, todos saem e nós, eu e o fotógrafo desta matéria, já estávamos lá fora, até que o Júlio me dá um toque e fala “Gordo, o Biff voltou, ficou escuro lá dentro”, e eu teimosamente discordei mas aceitei entrar para chegar junto e conferir. E não é que o mestre estava de volta??? Tacam Wheels Of Steel com toda aquela brincadeira com a platéia! Biff brinca e faz “rosquinhas” com as duas mão em seus olhos imitando um óculos/binóculo. No jogo com os fãs, ele faz ô ôôô ô! pedindo três vezes à presença, sendo que na terceira vez o fim apoteótico.
Enfim, o show do ano. Biff Byford é um showman, alma do Saxon, ícone da NWOBHM, Papa do Heavy Metal e com meio século de vida em plena forma!    

SONATA ARCTICA – Directv Music Hall/SP – 24/04/2002.
Mais uma banda finlandesa que invade o Brasil e pode vir a ser Quarta força daquele país por aqui. Apesar de muitos (como eu) acharem cedo a banda vir por aqui, afinal só tem 2 CD´s e um EP e ter pouco mais de três anos de carreira, a banda agradou. Quem abriu foi o paulista Delpht, que mais uma vez se deu bem. O novo vocalista é Mario Pastore, veterano no cena e grande destaque no projeto Hamlet da Die Hard. O grande destaque foi a música que abre este mesmo projeto, From Hades To Earth, bem como do debut Screams Of Ice, com as já clássicas Screams Of Ice Part 1, Are You Still Smiling e Ride Of The Valkyries. Destaca-se a participação do ex-vocalista Roberto Simolla, provando que não é porque você saiu de uma banda que você vai virar inimigo, parabéns! A banda foi bem recebida e é uma das forças de nossa cena. Depois, o Sonata entra e não decepciona aos fãs de Melódico à Stratovarius. O novo CD Silence é muito bom, e o show foi calcado mais nele que no primeiro CD. Tony Kakko é bom vocalista, mas longe dos tops do estilo, mas mostra carisma e sua banda prova o porquê do furor que a mesma causa na Europa no momento com faixa como Weballergy,Kingdom The Heart e Sing in Silence. O meio do show é lento, cheio de baladas, mas nos temas mais rápidos, incendiava a presença. Encerraram com o apoteótico cover do Helloween, I Want Now, levando ao delírio o público. Apesar da versão do Sonata não ser das melhores, ao vivo ela não só funciona melhor que em CD como é muito, mas muito superior a do Helloween atual com Andi Deris cantando. Estão aprovados!

BLAZE BAYLEY – Directv Music Hall/SP – 07/04/2002.
Texto: Júlio César Bocáter.
Depois de tantas vezes cancelado, desta vez rolou o show do ex-Maiden. Quem abriu foi o paulistano Fates Prophecy, e confesso estar ansioso para este show, não só pela banda mas por tudo que a cercou nestes últimos tempos. A casa ainda estava meio vazia, uma pena, pois o que se viu foi talvez o maior show de Heavy nacional depois do Angra! Muita movimentação de palco (fruto da experiência acumulada), som e iluminação perfeitos e carisma sobrando. E quem roubou o show foi o vocalista Sérgio Faga, que fez sua estréia na banda. O cara é um clone do Bruce Dickinson: meio baixinho, parecido fisicamente e como se veste: se algum míope o visse sem óculos ou lente, pensaria ser Bruce que estava lá. E até sua voz é idêntica, e que garganta! O cara berrava e alongava seu canto que nem sua matriz! Além disso, o cara tem personalidade, chegando a zoar com o público quando o mesmo não correspondia e corria de um lado para outro, pulando os PA´s. Despejaram músicas do novo CD Eyes Of Truth que é bem pesado e direto e foge do complexo de Iron Maiden com Wings Of Fire, The Beast Within e The Last Revelation. Do seu debut tocaram as clássicas Sands Of Time e Pay For Your Sins, e Trap do projeto Hamlet. E a cover de quem? Run To The Hills, em que parecia ser a banda de Bruce executando-a. Vale citar a apresentação de Sérgio dizendo como entrou na banda e as homenagens à André Boragina, morto por câncer há meses. Emocionante. Logo em seguida sobe ovacionada a banda Blaze, com a casa mais cheia já. Abrindo com The  Launch seguida de Futureal do Maiden para delírio coletivo! Seguiram-se músicas de seu primeiro CD Silicon Messiah, como Ghost In The Machine, Evolution, Identify e Como Estais Amigos do Maiden, sendo que Blaze errou, anunciando que esta seria uma faixa do Best Of The Beast, depois riu e se concertou, falando Virtual XI. As músicas do Tenth Dimension são boas como Leap Of Faith e Kill And Destroy, mas ainda desconhecidas e sem previsão para ser lançado por aqui. E tome Maiden com When Two Worlds Colides e Virus (esta sim do Best Of The Beast), e o final com Tenth Dimension, o novo disco. Voltando para o bis com Man On The Edge com André Matos (precisa citar o frisson que foi?) e Born As A Stranger. Além de carisma e ter um público fiel, Blaze Bayley vive cada música que executa e é mais digno que Paul Dianno, já que não quer apenas ficar na sombra de sua ex-banda, como Paul, que sobrevive apenas de dois discos do passado, Iron Maiden e Killers. Em tempo: mais um show em que o tempo esfria no seu dia de realizazção.

TRISTANIA – Via Funchal/SP – 19/01/2002.

Texto e foto: Júlio César Bocáter.
O público era constituído por bangers, góticos e qualquer outra tendência sombria e obscura. Viam-se camisetas desde Iron Maiden até Sisters Of Mercy, de Cradle Of Filth até Misfits, etc. Com uma enorme expectativa, abrem com a dramática The Shining Path, que abre o World Of Glass, e já mostrava uma Vibeke com performance de uma stripper e com uma potente voz e, principalmente, o baixinho careca Kjetil. Como o cara urra! Ninguém nem lembrava quem era Morten Veland! Depois, a tétrica Lethean River, do Beyond The Veil, para em seguida a própria faixa-título. Aí depois, foi uma sucessão de clássicos do estilo, cantadas em uníssono pelo quase três mil presentes. Público este superior a muitos shows, como Edguy, Symphony-X, Glenn Hughes, Nightwish e os primeiros do Gamma Ray e Stratovarius por aqui. Com um detalhe que esta foi a primeira vez da banda no Brasil, sendo que o Stratovarius foi lotar o próprio Funchal na terceira vez por aqui e com 10 discos na carreira. Na seqüência, Tender Trip On Earth, Sequel Of Decay, Angina, Deadlocked e Aphelion. O público veio ao delírio quando a chapada Vibeke anuncia a World Of Glass, a melhor do CD homônimo, que tem um refrão marcante e clima gótico total. Ali também o público se maravilhava também com Osten Bergoy, que embora tenha uma performance múmica, sua voz grave matava ao vivo. Até então também, os coros épicos eram reproduzidos por samples (assim como os tradicionais violoinos), e a partir daí Vibeke assumia os vocais sozinha nestes momentos, soltando sua garganta. Ficava diferente dos discos, mas melhor que ela apenas cantando em cima do sample. Sua performance alterna o já citado meo-stripper com aquele ar parado olhando para o nada e as vezes juntinha ora de Osten, ora de Kjetil, ao estilo “O Fantasma da Ópera.” Todos estavam gostando, não tinham tocado nada do clássica e mega-tétrico Widow´s Weed, disco que projetou a banda e que levou a maioria dos presentes (como eu) a amarem a banda. Então, eles encerram o set My Lost Lenore e sentiram que o comportamento do público foi mais “louco” ainda. Eles saem brevemente do palco e retornam todos com a camisa as seleção brasileira e Vibeke anuncia Angellore. Para quem não esteve lá e/ou não conhece a banda, a recepção seria a mesma de quando um Iron Maiden anuncia Two Minutes To Midnight, ou seja: êxtase total! Hecatombico! Gothic Rock puro! Inesquecível! Termina a música, Vibeke joga sua camisa (a da seleção) ao público (nem precisa dizer que saiu briga de foice para pegarem a camisa) e a banda encerra com Evenfall, que, sinceramente, me arepiou. Pois, além da música ser forte e pesada, foi a primeira coisa que escutei da banda (e creio que todos também), já que é a primeira faixa do debut, com aquele clima Doom, vocais Black, coros épicos, guitarra Gótica e ao vivo soa mais bombástica ainda. E quem pôde ir nas Noites do terror do ano passado, quando na sua abertura tocaram o comecinho desta, teve também a mesa sensação. E a pena, pois o espera pela banda acabara, assim como seu show. Os caras realmente são frios, meio paradões no palco, bebem compulsivamente e não são um exemplo de carisma. Mas que sua música é uma das mais originais, macabras e relevantes, não resta a menor dúvida!
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